Em tempos de crise financeira ou econômica e à beira de uma reforma tributária no país, surge um dilema para os empresários: continuar com a tributação pelo Simples Nacional ou tentar outra forma de tributação? A menos que esteja obrigado por lei a tributar por uma determinada forma como o lucro real – que é uma forma de apuração tributária mais complexa -, o empresário se pega vez em quando pensando se não haveria um jeitinho melhor de pagar menos tributos. Neste caso ele procura o seu contador que munido de informações sobre a atividade da empresa faz os cálculos necessários ou mesmo joga as informações num sistema padrão e orienta o empresário a continuar ou mudar sua forma de apurar tributos.
O problema vem a partir daí, já que não se tem uma fórmula certa de fazer planejamento tributário, pois existem variáveis em qualquer atividade empresarial que necessariamente devem ser observadas e muitas vezes são desconhecidas pelo contador. A principal delas refere-se a meta desejada, ou seja, como planejar se não se sabe onde se quer chegar. Geralmente o contador não enxerga essa variável e faz seus cálculos com base no passado, como se a empresa fosse permanecer no mesmo patamar de receitas, despesas e investimentos. Fazer planejamento tributário com dados da folha de pagamento, faturamento e despesas passadas não resolve o dilema, podendo a escolha ser infeliz e depois de alguns meses a tributação aumentar ainda mais.
É importante que o empresário saiba que todas as informações na hora de fazer um planejamento tributário são importantes e devem ser levadas em consideração. Por exemplo posso elencar algumas delas, sempre analisando o passado e o futuro desejado: a) Regime do faturamento; b) Custo da folha de pagamento; c) a tributação dos produtos; d) O local de instalação da empresa; e) Sistemáticas especiais de tributação; f) As operações realizadas se são tributadas; g) Os créditos que porventura sejam apropriados; h) O enquadramento tributário adequado, entre outras. A correta informação proporciona a possibilidade de simulações sob vários aspectos e nunca em um padrão como muitos o fazem.
Portanto o empresário deve ter cuidado quando alguém oferecer um serviço de planejamento tributário padrão, sem conhecimento da empresa e das metas desejadas sob pena de aparecer outro dilema: fechar ou continuar com a empresa? Nesses tempos de crise, vale a pena planejar; o planejamento pede organização, e havendo disciplina nos procedimentos os resultados pretendidos podem vir, e quando chegarem, será a hora de planejar novamente.
Por Flávio Cesário de Barros
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